segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Universidade Nova (precarização do ensino e privatização) na UFPE?

Pessoal,

Abaixo, notícia do site da UFPE, e, em seguida, publicação do Diário de Pernambuco, nas quais consta a simpatia do Reitor Amaro Lins em implementar o projeto Universidade Nova na UFPE, sob um discurso de democratização do acesso à educação, que camufla o seu real sentido. É preciso que fiquemos atentos, visto que esse projeto vem pra precarizar o ensino e submetê-lo, ainda mais, à lógica de mercado... (Ver artigo anterior a este) Para a aprovação de um projeto como esse, devido a manobra do Governo Federal, basta apenas que se chame um Conselho Universitário para apová-lo. Portanto, as férias poderiam ser uma boa oportunidade de passar essa política, dificultando mobilização.

PRECISAMOS FICAR ATENTOS!!!

3 - Programa de reestruturação das universidades prevê ampliação de 20% nas vagas de graduação

Por Luciana Souza Leão, da Ascom/UFPE

Atendendo a convite do reitor Amaro Lins, o reitor da Universidade Federal da Bahia, Naomar Monteiro de Almeida Filho, apresentou na última segunda-feira (13), durante palestra a professores da UFPE, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), do MEC, que vai garantir o investimento de R$ 7,2 bilhões, nos próximos cinco anos, em ações que visam à expansão da oferta da educação superior pública. O programa, criado pelo Decreto nº 6.096, de 24 de abril deste ano, tem como meta global a elevação gradual da taxa de conclusão média dos cursos de graduação presenciais para 90% e da relação de alunos de graduação em cursos presenciais por professor para 18, ao final dos cinco anos.
Almeida Filho, que compõe uma comissão gestora criada pelo MEC para o processo de regulamentação do programa, explicou que o Reuni objetiva aumentar em, pelo menos, 20% as matrículas da graduação em cada uma das universidades federais. Segundo ele, além da ampliação da oferta, da redução das taxas de evasão e da ocupação das vagas ociosas, o programa estimulará a reestruturação acadêmico-curricular, por meio da reorganização dos cursos de graduação, diversificação das modalidades de graduação e da implantação de modelos curriculares com itinerários formativos. Outras dimensões como a renovação pedagógica da educação superior, a mobilidade intra e interinstitucional e a renovação do compromisso social das instituições deverão também buscadas durante a implementação do programa.
Maior aproximação da pós-graduação com o ensino na graduação é um dos objetivos do programa, segundo o reitor da UFBA, enfatizando que o Reuni propiciará recursos para construção e readequação de infra-estrutura e equipamentos, aquisição de bens e serviços necessários ao processo de ampliação de vagas, além de despesas com custeio e pessoal associadas à expansão das atividades decorrentes do plano de reestruturação.
As universidades deverão apresentar seus projetos até o dia 15 de outubro, devendo os resultados ser apresentados no dia 30 de novembro, a fim de que possam ser incluídos no Orçamento de 2008 e no Plano Plurianual (2008-2011). O reitor Amaro Lins disse que o programa repassará recursos para qualificar diversos cursos da UFPE, por meio da atualização das estruturas curriculares, da contratação de mais docentes e funcionários, além da melhoria da infra-estrutura dos cursos de graduação e do pagamento de maior número de bolsas para alunos, em especial dos cursos de licenciatura, como estímulo à sua permanência na universidade.
Em 2008, o MEC, por meio do Reuni, deverá repassar para o conjunto das universidades federais R$ 480 milhões, dos quais cerca de R$ 14,5 milhões, para a UFPE, distribuídos em investimento (R$ 8,6 milhões) e custeio/pessoal (R$ 5,9 milhões). Até 2012, o Reuni prevê investimentos no total de R$ 7,2 bilhões, sendo que os recursos relativos a custeio passarão a compor os orçamentos das universidades. A UFPE deverá ser contemplada, nos cinco anos do programa, com um total de R$ 226,5 milhões, dos quais R$ 56,5 milhões para investimento.


UNIVERSIDADE NOVA– O reitor da UFBA aproveitou o encontro para divulgar a proposta de implantação de um regime curricular de três ciclos para diversificação e racionalização dos modelos de formação profissional e acadêmica denominado "Universidade Nova", numa referência ao educador Anísio Teixeira, que vem sendo discutido por oito instituições de ensino superior: UFBA, UnB, Federal do ABC, UFRJ, UFPA, UFPI, Federal do Recôncavo da Bahia e Cefet-BA.
O novo modelo propõe a implantação do Bacharelado Interdisciplinar, um curso de seis semestres para formação universitária interdisciplinar, com quatro áreas de conhecimento: Artes, Humanidades, Ciências e Tecnologia e Ciências da Saúde. Os cursos, com estrutura curricular modular e flexível, permitirão a formação em diversas áreas de concentração, em cada uma das quatro grandes áreas. Caso o aluno deseje, após este bacharelado, poderá cursar mais semestres e graduar-se profissionalmente ou concluir uma licenciatura. Almeida Filho disse que a UFBA deverá utilizar os recursos do Reuni para implementar mudanças acadêmicas, implementando o Bacharelado Institucional nos próximos anos.
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UFPE recebe verba para ampliar vagas

Mirella Marques DA EQUIPE DO DIARIO

Ampliação do número de vagas, redução da evasão e preenchimento de vagas ociosas. Foram definidas ontem, em Brasília (DF), as três principais diretrizes do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). O Ministério da Educação (MEC) anunciou o investimento de R$ 2 bilhões que serão distribuídos no período de 2008 a 2011. Em contrapartida, o governo federal espera ampliar em até 20% o número de vagas nessas instituições de ensino. A previsão é que a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) receba um total de R$ 226,5 milhões nos cinco anos do Reuni. Segundo o reitor da UFPE, Amaro Lins, devem ser criadas nove mil vagas até 2012.

"Vamos criar novos cursos, mas ainda não posso adiantar quais serão. Além disso, nosso plano é ampliar as vagas das graduações já existentes e evitar a evasão", explicou Amaro Lins. Do montante total que receberá do Reuni, cerca de R$ 56 milhões serão destinados para investimentos. "Com esses recursos pretendemos criar uma bolsa de estudo para os alunos carentes, evitando que eles desistam de suas vagas. Outra meta é melhorar a infra-estrutura da UFPE com a reforma de salas e laboratórios, além de contratar novos professores e funcionários", informou. Só no primeiro ano, a UFPE deve receber R$ 14,5 milhões.

O Reuni foi regulamentado para criar mecanismos de inclusão social nas federais. O governo espera que, até o fim desta década, pelo menos 30% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos estejam matriculados no ensino superior. Para isso, as universidades terão que expandir e flexibilizar seus currículos para evitar a evasão. A meta é elevar, gradualmente, a taxa de conclusão média dos cursos presenciais para 90% e aumentar para 18 o número de alunos por professor, de acordo com determinação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Hoje, na UFPE, essa relação é de 14 alunos para cada docente.

Para receber os recursos do Reuni no ano que vem, as universidades devem encaminhar propostas à Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC) até 15 de outubro. No documento, devem montar um plano de ação para reestruturar as instituições nos próximos cinco anos. As propostas aprovadas serão divulgadas pelo MEC em 23 de novembro.

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