terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O Nascimento de um príncipe Africano\Eu só quero Chocolate


Raimundo Matias é Samambaia. Samambaia é Sama. É saudade. Em Serra Talhada a elegância e a simpatia gera o último príncipe africano. Uma lenda. Alimenta-se de sol e de água. Um sujeito em forma de planta. Irretocável. Ao se afastar de qualquer temperamento sórdido é que nos aproximamos dele. Sama não é menino, não é Zé. Não é muito de comer. Ficava cheio com menos de uma maça, sua comida de campamento é queijo do reino. Seu almoço é um chocolate. Desconhecia o Pingo de Ouro. Não bebe, não fuma. Paradoxos para uma sociedade sórdida. Na qual o nosso príncipe seria necessariamente fartura de álcool, de fumo, de comida. Sama não é víscera, é fibra.


Isso é jogador, Zé¿!

Sama é Sport. Sama é Balotelli. “Por que sempre eu¿”. A independência e a competência desse jogador encantam o nosso Príncipe. Na Jorge Ventura é do Malinowski HC. É o joga fácil, é o camisa 10. Não sabia jogar nada. Dava show. Entre quedas performáticas, defesas inexplicáveis e frangueiros memoráveis. Sem perder a pose. Meias e sapatos brilhavam de tão brancos. Samambaia era radical com o alvo. Cansa fácil e joga mal. Mas não importa. Ele sabe que a beleza do futebol não é o desempenho. É a polêmica. Robinho é melhor que Messi”. A principal braba do Sama. Conseguiu o que ele queria. Horas de provocação e galhofa. Cartão vermelho para o tédio.


É o carisma.

Sama era absoluto entre tantos estilos duvidosos. Elegância é coerência. Qual é a coerência do echarpe¿ Sama. A do óculos troncho de lentes verdes¿ Sama. Dos sapatos pendurados na bolsa¿ Sama. Da agenda
guardada no bolso da bermuda¿ Sama. Contra a afetação estética da universidade ele impõe o carisma. O sorriso é a chave de tudo. Ambição pelas bobagens de um cotidiano divertido. São uma piada todos queles que estão cheio de si. Faltará o riso dele. Simplicidade e autonomia. Elementos raros que servem contra os atrasos da vida. Show!

Saudades.


Uma homenagem para Sama.

2 comentários:

  1. Samambaia era um estudante sério, mas sorridente. Cientista social que foi morto pelo seu objeto de estudo, a sociedade!

    ResponderExcluir
  2. Tenho grande saudade daquele grande amigo que tinha na minha infância em todo meu primário, onde conheci ele em uma casa de apoio.Um garoto vencedor de problemas reais, era alegre, logo criança conseguiu superar a perda de seus pais, e na escola eu já o considerava meu protetor, era meu único e melhor amigo, convivi com ele por cerca de 5 anos da minha infância aqui em triunfo minha cidade natal, outro dia estava me perguntando se um dia ainda o veria por aqui. Que pena que não aconteceu. Sinto saudades desse velho amigo.
    meus sinceros sentimentos para a família. Embora me lembro pouco de todos, pois já faz bastante tempo que foram embora.

    ResponderExcluir