quinta-feira, 9 de junho de 2011

"Anotações" da contextualização histórica feita por Luis no Primeiro dia do I Ciclo de Seminários DACS

Colocando aqui o "bloco de anotações" da contextualização feita por Luis (eu que vos escrevo). Irei tentar sistematizar melhor como foi a minha fala.

Aqueles que também tem interesses de colocar as suas falas, debates, etc, fiquem a vontade!



MECS, ENECS, ERECS, CRECS, DACS, CORECS, CONECS, CEB,DCE, CU,


Se tinha data fixa, na semana, para as reuniões.

2007 - ocupação reitoria
2008 - ENECS/BA - Chapão
2009 - ERECS/Crato e ENECS/PB – assembléia fim do ano
2010 - ERECS/MA e ENECS/Belém – assembléia começo do ano
2011 - ERECS/PE e ENECS/MG – I Ciclo de Seminários






Na época, estávamos sem uma gestão no DCE (Diretório Central dos Estudantes) – o que para alguns demonstra o ápice da desorganização estudantil. O que pode ter dificultado um pouco as coisas logisticamente. Porém, também não tínhamos um “Presidente dos Estudantes” para se achar no direito de falar e decidir, por conta própria e ou grupo político, no lugar de todos os estudantes.
Tivemos o caso da UNE – que fez grandes campanhas contra as reitorias ocupadas pelo país inteiro.

No segundo semestre de 2007, tivemos a ocupação da reitoria, para barrar o REUNI. Foi um momento de grande mobilização e um cenário de uma constante vivência política, onde nos estudantes autogestinamos o espaço, através de comissões e decisões tiradas em Assembléia. Íamos desde questões estruturais, como limpeza e alimentação, a decisões políticas.

As comissões possuíam um mínimo de autonomia, sendo decisões prévias já decididas anteriormente, e as ações que surgiam e que demandavam um posicionamento das mesmas, era logo após avaliada por todos. O rumo da ocupação, assim, se mantinha nas mãos de todos os estudantes, que ali se tornaram sujeitos ativos.

Exemplo foi a Comissão de Segurança. Tínhamos apenas ocupado, mantendo a reitoria aberta. Porém, logo pela manha, a Guarda Patrimonial – GTO – estava circulando por dentro da ocupação, e tirando foto das barracas e dos estudantes. Observado isso, a comissão logo tomou providências decidindo pela não entrada dos mesmos na reitoria. A noite, em assembléia, foi levada a questão para ser discutida e ter o aval – positivo ou negativo – do corpo total dos estudantes.

Viemos dessa experiência, do poder de decisão vindo de forma coletiva, sendo executada por comissões que possuíam o mínimo de autonomia – sendo sempre supervisionada, controlada, etc, pelos realmente interessados.


--- surge levante e cante ---
Nesta época surge o Levante e Cante, que falarei mais a frente.

Em 2008, não tivemos nosso encontro regional (ERECS – Encontro Regional dos Estudantes de Ciências Sociais/Nordeste), mas fomos para o ENECS(seria o Nacional), que ocorreu na Bahia. Infelizmente, o encontro foi extremamente desorganizado e com grandes conflitos(brigas) políticos.
Uma das críticas eram os vários GDs (Grupos de Discussões, com diversos temas, desde Reforma universitária, Gênero e Sociologia no Ensino Médio) que aconteciam de forma paralela – mudança que ocorreu, e se mantém nos atuais encontros.
Chegamos no final, ao cúmulo de termos a plenária final divida em duas, onde metade da mesma se retirou, após um grupo, que pediu recontagem de votos (tinha perdido), resolveu se abster para em seguida, um por um, pedir declaração de voto.

A regional aproveitou o espaço e fez lá o CORECS (Conselho Regional de Entidades de CS). Lá se decidiu fazer o ERECS, que até então ainda era Norte/Nordeste, no Crato/CE.

A escolha para o nacional ficou entre o Amapá e a Paraíba, com a última ganhando.

No encontro, a então atual gestão ainda tentou chamar o pessoal para conversas, mas acabou não rolando.

- 2008

O DACS, em 2006~2007~2008 pelo menos, possuía a gestão representativa, mas procurava fazer as reuniões abertas. Possuía ainda o chamado NADA – Núcleo de Apoio ao D.A. – nome dado aos que ajudavam o DA, mas não fazem parte da gestão formalmente, não sendo necessariamente isso uma burocratização.
Visualizo hoje em dia, os NADA’s, como uma cogestão, onde se tem a participação dos estudantes a partir de um próprio esquema (esquematização) da Gestão, com os mesmos, em geral, se adequando a ela – não coincidência, que em geral (em vários DA/CAs), os que fazem parte do NADA acaba entrando na Gestão/Coletivo nas eleições seguintes, mesmo com oposição presente – seja por aproximação natural ou mesmo esta “adequação”.

Porém isto sem dúvida já demonstrava uma preocupação por um movimento horizontal, tendo sua máxima refletida e demonstrada na ocupação da reitoria.


-2º semestre-
No segundo semestre temos uma Assembléia de fim de gestão. A mesma, alguns colocam por falha, não puxou processo eleitoral. Na assembléia se fez a prestações de contas e se encaminhou o processo eleitoral no final.
Aqui tivemos algumas (ate duras) críticas a gestão, quase sempre no papel de espectador “vocês não fizeram isso, não fizeram aquilo”.
Aqui aparece o primeiro (? Poderiam confirmar, não saberia dizer) debate em torno do não só da autogestão em si (sua essência já existia, mesmo que embrionária para alguns, vide Ocupação da Reitoria), mas levando o termo, muitas vezes tão desconhecido e tão difamado.
Passada a discussão, não se teve nada propositivo a respeito, diretamente.

Nesta Assembléia, Fernando Rússia (lipídio) defendeu a idéia de se forma um único Chapão, onde entraria todos os, a princípio, interessados em construir o DACS. Seria o principio, acredito, de uma gestão coletiva, dentro de suas Formalidades (mantendo a do Estatuto).

Dentro as críticas, se tinha uma grande não só ao PSTU na gestão, mas a participação e interferência dos Partidos Políticos no Movimento Estudantil (ME). Talvez influencia da vivência da Ocupação da Reitoria. Este sentimento se estendeu também por toda a UFPE, vide a criação do Levante e Cante, que se colocava como ‘A’ e ‘Anti’ Partidária – e com o mote também de um movimento horizontal. Ganhou as eleições, sendo a última gestão eleita e reconhecida amplamente do DCE.

Nessa linha, se teve a discussão se Carol Burgos, que era do PSTU, entrava ou não no “Chapão”. Alguns eram veementemente contra, porém mantendo o mote que “o DACS é de todos, e o Chapão formado por todos os interessados”, a mesma entrou, sendo está a última Gestão Formal, nos conformes do estatuto.

O Chapão se chamou “Baseados no Coletivo”

A gestão, apesar de se prendendo/personalizando muito em poucas pessoas, pregava as decisões coletivas, com decisões como o posicionamento do DACS nos CEBs (Conselho de Entidades de Base, formado por todos os DA’s duma universidade) sendo tirada em reunião, por todos.
Nesta época, ainda se avaliou a lentidão e problemas do Chapão ocasionado pelos “anarcos-pós-modernos”

---2009---


*Tivemos a criação do ‘Boletim DACS’ (não sei remeter quando foi o do comunicação-dacs??)

Também tivemos o ERECS, realizado no Crato. Iríamos pedir a reitoria ônibus para o Crato, e iríamos pagar a viagem para João Pessoa, no ENECS, visto que era mais perto e barato. Porém, perdemos o prazo, e não conseguimos pedir o Ônibus para o Crato. Foi articulados pedágios e outras formas de arrecadação, e acabamos indo 12 pessoas numa van fretada.

Talvez pelo espírito de Coletividade cada vez mais fortalecido (já vindo das antigas gestões), ou pelo local propício – foi um dos encontros mais fantásticos! – ou até mesmo pelo número reduzido de pessoas da UFPE que foram, não sei.
Mas aqui, tivemos a participação de todos da UFPE do encontro, com avaliações constantes do mesmo, na construção, etc, e se mostrou bem ativa e constante, se tornando uma prática que se seguiu nos encontros posteriores, com suas devidas proporções – o que foi tentado na Bahia, tomou rumo aqui.

Neste momento, no MECS (Movimento Estudantil de Ciências Sociais), vivíamos uma ânsia por criação de Entidades, mais precisamente de executivas, por parte de alguns grupos, principalmente Partidos. Tendo em vista a negativa – até pela desorganização como foi falado do ENECS – chegaram no Crato com aquela “necessidade” de se criar uma executiva regional, que duraria até a criação da Nacional.

Esta “disputa” se polarizou em duas correntes: uma que defendia uma espécie de executiva representativa, com eleições de indivíduos para os cargos, e a outra, que foi a defendida e construída pelos presentes da UFPE, em conjunto com outras escolas, como a UFAL, visava a construção de uma Coordenação Regional, onde seria formada pelos CA/Das (visando a participação local nos CA/DA’s para interferir diretamente na Coordenação), e o total dela deveria abarcar todos os CA/DA’s em alguma comissão, que era composta por 3 CA/DA’s mais a escola Sede do próximo ERECS (e que teria o voto de Minerva). Está última ganhou.

Aqui também se deliberou pela separação do Norte/Nordeste

A UFPE, já com a visão de que o formato dos encontros estava fadado ao fracasso, ultrapassados, como por exemplo, a plenária final, tanto alvo de disputas nas deliberações, onde os Partidos Políticos brigam para passar suas bandeiras políticas e assim se promoverem, propôs levar o Encontro para Pernambuco, porém perdeu para o Maranhão.
Nesta época, ainda não tínhamos uma boa relação com a Rural – onde alguns da mesma falaram “em nome de todos Estudantes da UFRPE”, e se colocaram contrário do ERECS ser em Pernambuco, onde alguns, que discordavam, colocam isso ter sido feito pelo turismo.

A UFPE então logo propôs sediar o CORECS/CRECS – que ocorreu entre os dias 30 de Outubro e 02 de Novembro de 2009.

-ENECS Paraíba-

Logo depois, entre os dias 04 e 08 de Novembro, aconteceriam o CONE UFPE – que acabou não tendo quorum, e que se polarizou entre os auto-intitulados “Bloco Democrático”, formado pelo PT (vamos a luta), Anel (predominantemente PSTU), Correnteza (PCR) e grupos correlatos, que defendiam apenas a redução do quorum das eleições e que as mesmas fossem majoritárias.
A outra tese, chamada de Potlatch, visava uma radicalização democrática, através de um real controle e execução por parte dos DA/CA’s, através do CEB.

Até hoje brincam que os “anarquistas” (não eram anarquistas...) conseguiram fazer a união da esquerda no Recife ... onde se viu todos os partidos de esquerda, unidos.. que por anos nunca conseguiram se unir como agora.

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Antes disso, surge o AtivAção aqui em CS. Com intenções boas por parte de uns, mas com deslizes por outra parte.
Porém, para falarmos um pouco disso, temos que voltar um pouco... após o ENECS...

A Gestão Formal “Baseados no Coletivo” estava acabando. Estávamos passando por um relativo período de desmobilização, período sazonal que sempre ocorrem. Foram puxadas várias assembléias, ao mesmo tempo em que estávamos formando comissões para trabalho. Nessas Assembléias, por unanimidade, se deu preferência para continuar os Trabalhos, visto que ninguém queria interromper para dar início ao processo eleitoral – e nenhum dos presentes se posicionou para efetuar as eleições naquele momento.
Também aqui tínhamos uma crítica da cultura do “profissional eleito” que sempre era fortalecido com as eleições, vide o formato das críticas feitas às gestões.

Logo antes do CONE UFPE (Congresso dos Estudantes de Ciências Sociais, instância máxima dos Estudantes na UFPE) surge então o AtivAção. A princípio, defendendo a heterogestão representativa. Porém, fazendo duras críticas – muitas consideradas até injustas perante os colegas – e quase que, novamente, numa posição de espectador: criticando e apontando o erro do que terceiros deveriam ter feito no lugar deles (mas com a diferença da colocação, como “agora eu vou fazer, quando eleito”).
Porém, uma das ressalvas vindas também do foco das críticas deles, seria o fato da Gestão não ter puxado eleição. Porém, parte dos mesmos estavam presentes nas assembléias anteriores, e também não se posicionaram querendo puxar eleição, se colocando inclusive nos GT’s que estavam se formando.

Realmente ainda não consigo entender por completo o processo do AtivAção. Não sei quem escreveu tais criticas, e principalmente de que forma se deu. Acredito sim, que tinha uma galera bem intencionada, talvez mal direcionada (distorcidas) por interesses alheios que conseguia “falar, “gritar” mais alto – e se postavam em quanto todo o coletivo.

AtivAção >> Talvez com a mesma critica da chapa de 2007, com participação apática (generalizando) seguida de duras criticas feitas publica e massivamente.
Ou seja, a mesma velha lógica de tomada de espaço, de poder, ao invés da construção pela construção – sem visualizar ganhos diversos.

Apesar de por parte de alguns o posicionamento contrário de uma Formalização, acredito que a polarização se deu não entre a Autogestão e Heterogestão (que é uma gestão unilateral), mas sim pelo que seria uma gerencia Formal ou Não Formal – apesar de ambos os pensamentos da época se embasarem numa Gestão Democrática, com decisões coletivas, onde todos seriam iguais perante o DACS.

O AtivAção, através de assinaturas (quiseram seguir os “conformes” do estatuto), puxaram uma Assembléia para se tirar as eleições, no fim de 2009.
Porém, daí se polarizou – avalio estas polarizações surgidas também no CONE UFPE como agentes motrizes da estagnação do DACS no período, onde todos se viram como em “lados opostos”.

Nesta assembléia, nos estudantes / se colocou um modelo provisório de funcionamento do DACS – até para podermos participar de instancias como o CEB – e tiramos que 45 dias depois do início das aulas, teríamos outra Assembléia. Neste período, Faríamos a recepção dos calouros, levaríamos as formas e idéias de gerência, os colocaria na discussão, e daí então faríamos outra assembléia (idéia de Fernandão).
Isso foi tirado como atividade do DACS, porém não foi feito. E nem por nenhum dos interessados, infelizmente.

Pelas contas, a assembléia cairia no período do ERECS Maranhão – alias, nessa época demos preferência ao regional, ou seja, como só podemos pedir um ônibus por ano, não pedimos para o ENECS, que seria em Belém/PA – avaliamos que o Regional seria mais construtivo, e estava bem mais organizado que o Nacional, vide os encontros anteriores.


Tivemos a assembléia remarcada para depois do ERECS.
Algumas reuniões prévias se passaram, de debates. Tinha-se o consenso de que se tinha que mudar o Estatuto, que desde 2006 pelo menos não era seguido à risca – como por exemplo, com reuniões abertas, como todos com direito de voz e voto, etc. Infelizmente, foi uma assembléia bem tumultuada e pouca propositiva. Tinha-se a idéia, por alguns, de se fazer uma Carta de Princípios, pois não poderíamos ditar como a galera deveria se porta daqui a 15 anos. Outros procuravam uma formalização maior, por estatuto, mas procurando uma horizontalização da gestão. E ainda tinha uns poucos que defendiam basicamente a redução do quorum – mantendo uma heterogestão muitas vezes travestida pela “representatividade”.

Sem consenso e nem modelos de Estatuto, a discussão foi se estendendo, até que Rafael Lucas finalizou falando que, se formassem Grupos de afinidade para montar os estatutos, e que a partir daí se tiraria uma nova assembléia, para se decidir entre um dos Estatutos.

Porém, novamente, ninguém, aparentemente, se mobilizou para montar um Estatuto.

No Maranhão, ainda, conseguimos trazer para Pernambuco o ERECS. A Rural fez o chamado no encontro, para puxarmos juntos, e assim o levamos – fomos a única escola a propor.
A partir daí, se iniciou basicamente debate e construção do ERECS 2011.

Ainda no Maranhão, foi decidido que a C.O. seria formado a parte dos DA’s, sendo composta por aqueles que fossem se agregando e estivessem com interesse. Tivemos muitas más experiências dos Encontros (tanto regionais quanto nacionais) terem sido comprometidos por chegada e ou mudança de uma Gestão no DA (que geralmente de portam como heterogestão).

Talvez pela importância e o consumo de energia que demanda planejar um encontro, tivemos ao longo deste período o DACS “parado”.
Porém, as vezes penso/viajo, que virtualmente, se as pessoas que estavam construindo o ERECS, fossem uma Gestão Formal, o DACS seria visto como altamente ativo – além de dar um bom material de campanha.


Antes eu não fazia questão de uma formalização, mas hoje eu faço a autocrítica, e mudo de posição: acho sim importante formalizarmos uma gerencia, ou gestão, como queiram chamar, e que seja democrática de fato, com decisões coletivas, e sem diferenciação entre seus membros.

Temos que Formalizar uma Comissão de Comunicação, por exemplo, e ou Representantes com mandato imperativo (termo vindo a mim recentemente pelo nosso colega Gustavo), que seria um Porta Voz dos estudantes, “garoto de recado”, onde levaria o posicionamento tirado pelos os estudantes.

>>lembrei do que ocorreu no CONE UFPE. O AtivAção tinha sua tese, ok, elegeu 3 delegados. Certo, os estudantes leram, concordaram com a tese, as propostas do grupo, e quiseram que eles defendesses aquilo em nome dos estudantes. Porém um dos delegados, depois de eleito, chegou no Congresso e disse: eu não estou aqui em quanto Estudante de Ciências Sociais e nem em quanto AtivAção. Estou aqui em quanto o meu Partido Político e minha Organização Política. Ou seja, tomou para si um mandato que era dos estudantes. Isso é o contrário de um mandato imperativo, e não sei o nome, hehe.

7 comentários:

  1. Quem foi o cara do AtivAção?

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  2. Saber quem foi ou deixou de ser, irá mudar o entendimento da questão, ou é por estrita curiosidade?

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  3. Não, não, com certeza não muda o entendimento. É por curiosidade mesmo, só pra dizer "sabia que era ele".

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  4. Se fala muito no estatuto... porem... Kd??????????????
    Como avaliar ou contruir outro sem apresentação do mesmo...?

    Pedro Moura

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  5. Tranquilo :)

    Para os que também não encontraram:
    http://dacsufpe.blogspot.com/p/estatuto.html

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