segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Trocando de pele




    Há tempos que estamos presos na mediação, na dificuldade de nos movimentar efetivamente, encarcerados pelas nossas próprias armadilhas. Seja por dicotomias rasteiras, que pouco dizem sobre a realidade. Seja por disputas intituladas de políticas que não nos servem, além de separar pessoas, para nada. Ou até pela nossa burocratização, na busca sem fim por uma legitimidade.
        Que os nossos corpos sejam lançados na busca da nossa ação cotidiana, na reflexão e na diferença de podermos ser sujeitos críticos do nosso mundo.  Que os nossos olhos se embacem, mas que nos permitam olhar novamente, que sejamos tomados pelo  estranhamento de nós mesmos, e, dessa forma,  podermos refletir e apontar não apenas o que nos é alheio, distante, mas também as nossas próprias relações e ações corriqueiras. Que troquemos de pele.


        Foi criada a nova mídia do DACS. Não somos iluminados, por isso, não pretendemos ser iluminadores.  Não temos a intenção de caminharmos para A VERDADE. Queremos sim, embaçar a  visão e a percepção de todos, de ninguém, de qualquer um. Que, acima de tudo, pensemos juntos.

4 comentários:

  1. Além de pensarmos juntos, que podemos fazer juntos, construir juntos, caminhar juntos.

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  2. Do texto: A nossa burocratização é de fato nossa, em que medida fazemos parte desse processo? Que troquemos de pele. Deveríamos estar nesse constante movimento de trocar de pele para burlar a teia da burocratização, ou para driblar as limitações dos nossos próprios corpos, das nossas próprias “não-ações”? O que pode emergir nesse debate, amarrado com o texto muito bem construído, é toda discussão do poder exercido (ou criado para ser exercido) sobre o corpo na concepção de Foucault, e por que não dizer, sobre a mente, sobre o conhecimento e sobre a produção. Disso poderíamos dizer, para correr léguas na direção contrária ao conformismo uniforme e amarrado, por que não embaçarmos os olhares?

    Da mídia: O que podemos esperar desses espaços que criamos senão divulgar indagações? Quando se compromete com o conhecimento não se divulga verdades, pois, quanto mais próximo das possíveis certezas, mais distantes estaríamos da realidade como se apresenta. Para que todo esse preâmbulo? Apenas para dizer que não escrevo do eixo central Rio-São Paulo, e quando isso acontece, quando não estamos falando desses espaços, não importa o quanto embaçado estaremos para nós (ou quanto comprometidos), o que importa é que sempre estaremos ilegíveis e obscurecidos. Por isso se legitima esses espaços como um veículo “por excelência” de trocas embaçadas entre os já embaçados nos processos do conhecimento.

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